sexta-feira, dezembro 5

Idealizações e a Realidade

Um dia desses estava andando na rua, sem fones de ouvido, concentrado nos meus próprios pensamentos. Mas nada de muito positivo. Na verdade, eram pensamentos de insatisfação.

"Ahh, como eu queria ser rico!"

"Ahh, como eu queria ir no show da Madonna!"
"Ahh, como eu queria um iPod, um notebook, um Ray-Ban, um apartamento legal, um New Beatle preto, um labrador..."

E eu parei. Parei, literalmente. Me deparei com uma moça, acho que um pouco mais nova do que eu, com uma criança no colo.

- 'favor moço, cê num tem um troco pra eu comprá um leite pro meu filho?

E eu fiquei sem reação. Tinha R$ 5,00 na minha carteira.

- Me desculpe, mas isso é tudo o que eu tenho - respondi, com uma angústia, uma vontade de pegar aquela menina tão judiada, tão coitada, e ajudá-la.
- Deus abençoe...

E eu continuei parado, com olhos d'água, me sentindo a pessoa mais egoísta e mesquinha do mundo. Como eu não ajudava todas essas pessoas? Como eu, que sempre me considerei alguém caridoso, pude ficar tão desconectado assim da realidade.

Sei que o Espaço no qual passamos é o palco de muitas realidades distintas. As ruas nas quais carros importados passam, são as mesmas que pessoas sem futuro e perspectiva se encontram perdidas, pensando no que farão para conseguir se alimentar, persistindo numa vida de penúria.

Esse episódio puxou um conhecimento que há tempos estava guardado dentro de mim, devido à correria e à preocupação com o meu futuro.

Lembrei que Gratidão é algo essencial na nossa vida. Temos que nos voltar para nós mesmos, através de uma oração, ou meditação, para perceber o quanto somos abençoados e afortunados por termos um sentido para nossas vidas, uma casa que podemos voltar depois de um trabalho que, felizmente, executamos.


Acho muito importante sonhar. Os nossos sonhos são o combustível para que continuemos na batalha, em lutar. Mas não podemos idealizar.

Idealizar algo é ignorar as oportunidades que a Vida nos oferece. É ser egoísta e imaturo. É não ter o mínimo de gratidão. Quando idealizamos, por exemplo, que o carro perfeito é uma Ferrari, inconscientemente, excluímos outros que, tecnicamente, servem para a mesma coisa: locomoção.

O limiar entre o sonho e a idealização é muito tênue. Tão tênue a ponto de eu duvidar que você, Leitor, captou a mensagem que tentei passar.

Sonho é desejar algo, é usá-lo para lutar e vencer.
Idealizar é excluir o que a Vida nos proporciona.

Idealização tem a ver com status. E status tem a ver com Orgulho. E Orgulho tem a ver, na minha concepção, com uma espécie de escudo para proteger um interior de vidro e cinzas, tão sensível, tão baixo estimado.

Portanto, pare de idealizar e comece a sonhar. Se abra para as oportunidades que a Vida lhe dá. E as aceite, sem pestanejar, sem reclamar. Jogue o Orgulho no lixo, e lembre-se que, enquanto você pensa em iPod's, notebooks, Ray-Bans, apartamentos, carros e Labradores, existem pessoas, bem ao seu lado, necessitando de comida para que seu filho consiga sobreviver.

quarta-feira, novembro 26

Nuvem


Nuvem
De puro creme branco e puro
De doce toque e de doce cheiro
Me leva daqui, num único devaneio.

Nuvem
Teu toque me lembra de dias de sol
De dias de mar, de dias de dor.
Dias próximos de, talvez, amor.

Nuvem
Tua voz me alucina,
Teu sabor é magno,
Tua peste, tua praga, teu leve escárnio.

Nuvem
Ouça-me sempre que chamar
Resgata-me e me leve longe
Longe de tudo isto que irei passar.

E Nuvem,
Não ligue para o meu pranto
E nem para a minha dor e solidão
Todos esses são filhos do desencanto e da minha desilusão.

sexta-feira, outubro 31

Amor Instantâneo

Não sei se já amei.
Se já, não fora como os muitos relatos que canso de ver.

Não senti pernas bambas, taques cardíacos.
O máximo foi um exulto de felicidade comprimida com uma emoção muito forte.
Mas amor... Amor, não.

E fico aqui pensando se nasci para o amor.
Para ser amado, para amar. Plenamente.
Será que essa vida não passa de uma viagem árdua e solitária, cujo o único destino é o desconhecido?

Paixões, dessas de carne, já tive muitas.
Depois de algumas vezes, você cansa.
Não completa mais. Não preenche mais. Você precisa de mais.


Precisa do carinho, da atenção, de cuidados.
Precisa partilhar seus planos, suas idéias, seus ideais...
Mas acho que não encontrei a pessoa certa para isso.

Que Deus (oh! isso sôoa tão católico!), ou Buddha, ou Rá, ou qualquer nome que dêem para essa força, possa me dar a felicidade de saber que estou errado.
O amanhã é um dos motivos da minha ansiedade.
Quero me ver amanhã.
Quero ver o que acontecerá.

Não espero as coisas acontecerem.
Sou ansioso demais.
E, talvez, seja por isso que eu mergulho em relacionamentos.
E é por isso que me magôo tanto...

Preciso desse remédio.
Dessa ambrosia.
Desse bálsamo.
Dessa cura.
Desse ser.

E o caminho para alcançá-la é o mais irritante: a paciência.

Alguém tem uma crystal ball por aí??

quinta-feira, outubro 30

Poema das Cinzas

Escrito durante a aula de Física.

"Grito no silêncio dos meus dias sombrios e escuros.
Passo as horas vendo a leve deposição dos fatos.
Uma fina massa de intrigas e interesses ficam na comunhão dos pecados alheios.
E o riso de escárnio se arrasta pela multidão, assombrando-a.
Os pilares de nossas convicções singelas e concretas
Se desfazem em grãos de incerteza e lamúria.
Nossas vidas não podem ser mais sustentadas.
Acomodam-se nas costas da realidade.
E, talvez, o acaso, por descaso,
Nos fada a encará-la.
A doce,
A cruel,
E a forte
Verdade."

quarta-feira, outubro 29

Organização e Horários

No mundo agitado em que vivemos, a necessidade de planejamento é indispensável.
Juro que eu adoraria ter agenda, planejar meu dia, horários, tarefas, ligações, almoços...
Enfim... Essas coisas de gente grande.

Eu até consigo criar o planejamento. Vejo o horário de cada tarefa. Planejo com minúcia.
Mas não consigo seguir. Pelo menos, não depois das 2 primeiras semanas. RESULTADO: mil post-its espalhados pela casa, e a mão cheia de recados em caneta bic.

Confesso que eu não me dediquei muito. Não fui persistente.
Mas um dia eu chego lá! Estudarei todos os dias. Correrei todos os dias. Vou ler os livros do Kafka e Jostein Gaarder diariamente... E ainda conseguirei baixar as músicas que eu quero!

O meu problema é que eu quero fazer mil coisas ao mesmo tempo. Queria estudar mais. Ficar mais na Internet. Conhecer mais pessoas. Rir mais. Ler mais. E não dá!

E, como bom Taurino, sempre acabo priorizando aquilo que me trás satisfação. E preciso ser mais Ariano! Saber os meus objetivos. E correr atrás deles com afinco e destreza. Agora, meu maior desejo para 2009 é o de ser organizado. Mas não organizado ao ponto de ter hora pra cagar! ¬¬"

Pois é. Admiro você, leitor organizado. E o invejo. Chegarei ao seu status um dia. :D

E estou feliz por meu blog ter mais leitores! Que bom que muitas pessoas gostam do que escrevo. Continuem lendo! E continuem comentando.

sábado, outubro 18

Paraíso

Ele acordou antes do relógio despertá-lo. Abriu os olhos e espreguiçou-se daquela maneira gostosa. Lançou os olhos em direção à cortina de algodão cru que balançava ao ritmo da brisa do mar.

Calçou aqueles velhos chinelos, pegou aquela velha xícara e requentou aquele velho café de ontem. Bocejou, esfregou os olhos, e foi ao banheiro. Sentou-se, e fechou os olhos, naquele momento de alívio e preguiça. Lavou as mãos, e foi a varanda ver o mar. O céu, daquele mesmo tom de cinza clareado, apresentava-se estranho.

Ele voltou para dentro de sua casa, e colocou aquela música de dias como aqueles: dias preguiçosos. Colocou o café na xícara e o bebericou sentado no sofá pequeno e confortável de sua pequena e confortável sala. Fechou os olhos novamente, e aspirou aquele cheiro inconfundível de café ao som da música. Riu do dia anterior. Riu do amor que foi embora ontem, e que voltaria hoje. E se pegou lembrando da noite passada.

Lavou a xícara. Comeu uns biscoitos. E arrumou um livro desalinhado da estante. Tomou o banho quente, na luz cinza e triste do dia. Lavou-se, e a preguiça escorrera pelo ralo. Voltou ao quarto, vestiu-se, desligou o rádio, e desceu para o quintal, onde o carro o esperava para mais um dia, deixando a cama desarrumada e a toalha molhada em algum canto.

Deu partida. E foi. Andou naquela estrada da encosta em direção àquela pequena cidade onde trabalhava. Lá embaixo, as ondas batiam na escarpada. A espuma soltava o cheiro de mar. E o aroma impregnou no carro. Afastou-se da costa, e cruzou os campos de trigo, onde as velhas olharam-no com aquele sorriso de velhice. Retribuiu com o aceno jovial de sempre.

Chegou. Trabalhou. Tomou decisões. Escolheu. Conversou. Almoçou. Trabalhou. Tomou mais decisões. Escreveu. Riu do e-mail. Respondeu com amor. E lembrou de novo da noite anterior. Um dos únicos raios de sol passou pela vidro polido da branca janela de seu escritório. E pensou na sorte que tinha em estar ali. Em viver com o amor de sua vida. Em viver na casa que sempre sonhara ter. No emprego que sempre quisera ter. E na vida que levava.

Ligou. Marcou no petit caffé do Centro. E ao chegar, seu coração bateu mais forte. Instintivamente, olhou para o espelho. Ajeitou o cabelo, e sorriu em direção a. Sentou confortavelmente.

- "Os pães daqui são ótimos!" - disse.
- "Você acha que marcamos aqui por pura coicidência?".

Ele riu baixinho. Colocou sua mão na mesa. A outra entrelaçou-se a sua. E as alianças faíscaram a mais um raio de sol que iluminara o dia dele. O céu continuava naquele cinza de antes, mas parecia mais feliz. As cores pareciam mais vivas. Tudo era mais real e puro quando estava com o seu amor.

Comeram aqueles ótimos pães. E tomaram um café forte. Ao longe, bem ao horizonte, nuvens anunciavam a garoa. Saíram, e foram na pequena mercearia. Seus olhos registravam preços, e sua mente fazia contas. Comparava. Pensava. E seu amor era alheio. Primava pelo melhor, e sempre o escolhia. Discutiram de forma doce. Riram e chegaram num concenso.

Pensando no que iria cozinhar, ele começou a colocar tudo o que precisava. Macarrão. Tomates. Cebolas. Alho. Temperos. Manjericão. Cenoura. Berinjela. Maçãs. E tudo o que precisaria para a semana.

Compraram e foram para a casa. Cozinharam. Comeram. Conversaram. Riram. Ele leu. Seu amor assistia. Conversaram mais um pouco. Colocaram música. Dançaram. Riram. Caíram no chão coberto pela noite nublada e chuvosa. Fizeram planos de sair dali. Mas ali, tudo era tão perfeito, que logo abandonaram a idéia. Fizeram mais planos. Filhos. Mais alguém além dos dois. Seria tão bom...

Pensaram em nomes. Em móveis. Em espaço. E pensaram em mudar dali. Mas ali, tudo era tão perfeito...

Se amaram, como se fossem únicos, e eram, de fato. Conheciam os corpos um do outro como ninguém. Tudo era tão prazeroso. Tão único. Tão intenso e leve. E dormiram com o cheiro de grama molhada, que invadia o quarto através das frestas da janela de madeira. Ele levantou-se da cama e olhou seu Amor dormindo. Naquele momento de paz, olhou para o céu chuvoso, e numa prece rápida e silenciosa, agradeceu por tudo aquilo.

Esquentou a água, bebeu seu chá. E olhou o relógio na luz noturna da lua minguante que banhava a cozinha. O reflexo das gotas escorria pela parede e pelo relógio.

- "Preciso ir dormir" - dissera ele, baixinho.
- "Então vamos voltar para a cama" - respondeu o seu Amor.

Ele riu de espanto e prazer. E cedeu-se mais uma vez ao prazer pleno de estar com a pessoa que mais amava nessa sua vida. E adormeceu com aquele sorriso nos lábios.

Acordou com o cheiro característico do café preparado pelo seu Amor. Era diferente do seu café. Era mais forte. Ele levantou e ajudou com o café, beijando como sinal de presença. Sorriram com o simples fato de estarem um na presença do outro.

E assim começava um domingo chuvoso no meu paraíso...

quarta-feira, outubro 15

Na Tristeza as palavras fluem


Me estressei.

Chorei. Chorei. Chorei. Esbravejei contra o mundo e contra todos. E chorei.

Contra o dinheiro. Contra o Capitalismo. Contra o meu esforço de reverter a situação na qual me encontro. Contra o Comunismo. Contra a vida. E contra a Morte.

E depois ele veio.

O Silêncio Triste me dominou.

Eu, indo de metrô, ouvindo Neil Young. E as lágrimas saltavam como se tivessem vida. Como se fossem vivas. Uma mistura de fingimento e verdade. Uma mistura que fez com que uma moça tirasse um lenço da bolsa, e me entregasse. Não o usei. Só agradeci.

Naquele momento, tudo se juntou. Tudo se fez único. Podia sentir a minha mente criando textos sobre a tristeza e a dor. Podia sentí-los fervilhando na minha cabeça. Ahh! Como eu queria ter uma máquina de escrever ali. Digitaria ali, digitaria e digitaria.

As pessoas me olhariam com um olhar curioso e excêntrico. Mas me olhariam. E eu escreveria. Mas nesse fluxo de devaneio, o sinal de descer tocou. E eu saí do trem.

E segui o meu destino insólito contra a permissividade e crueldade da vida que levo.

Mas o Neil Young continuou tocando. E eu andando. E as pessoas vivendo.

E eu aqui. Escrevendo... Escrevendo... Escrevendo...

segunda-feira, outubro 6

Passaportes, nós?

Sinceramente, me sinto um passaporte.

E não é desses de uma pessoa que viajou uma vez para a Argentina, voltou, e o jogou no cofre.
É desses passaportes de pessoas que viajam pelo mundo inteiro!

"Mas, Luiz, por que passaporte?"

Vou explicar a analogia. Assim como um passaporte que recebe inúmeros carimbos, me sinto "carimbado" pelas pessoas. Sim, verdade.

Parece que para ser uma boa pessoa, você tem que ter os seguintes carimbos: "Não jogue lixo na rua"; "Faça caridade"; "Reze todas as noites"; "Vá à missa aos Domingos"; "Seja sempre bom com os outros", dentre outros. Se falta um desses, "me desculpe, você não é uma boa pessoa".

Ahh... É muito pra minha cabeça.

Para você ser um cara adolescente: "Cuspa no chão"; "Seque 'as mina', brow!"; "Comente alto sobre a bunda da garota que passou"; "Prefira fazer horas de academia a ler".

É tão ridículo. É tão anulante, que eu tenho um medo dessas pessoas. Sério... Sério mesmo. Para mim, pessoas que compram essa idéia e a usam diariamente (inclusive para excluir aqueles que são aquilo, e não tem todos os carimbos), são muito pequenas. Precisam de um plano de vida. Precisam se agarrar nessas convicções bestas para que, quando alguém as questione sobre aquilo que elas são, possam apontar os seus carimbos e dizer: "Olhe! Eu sou assim! Não precisa me questionar a respeito!"

Seria tão mais fácil rasgar esses passaportes. Fazer amizades. Expor nossas vidas, nos ajudar mutuamente. Mas não... Ser humano é ser humano, né. Tem que inventar comportamentos para classificar aqueles que são ou não daquele tipo.

Sou contra esses estereótipos bizarros. Sou contra essa fábrica de comportamentos que as pessoas levam consigo. Para quê? Para provar para alguém algo que nem está certo dentro de você mesmo?

Besteira, né.

As vezes, esse comportamento é tão inconsciente que não nos damos conta que somos adeptos dele. Quebre as correntes da incosciência, e descubra que você é muito mais! Seja livre para ser e fazer o que quiser! Só não esqueça do bom senso, e que fique máxima: "Faça o que quiser, desde que não maltrate nada ou ninguém".

E você? Já rasgou seu passaporte?

terça-feira, setembro 16

Futilidade

Me considero uma pessoa humanista. Mas sou um humanista só de emoções. Não faço muitas coisas pra colaborar com essas injustiças que assolam os telejornais. Tento reciclar o lixo, tento controlar o uso de água e energia, e vou com sacos orgânicos para o mercado, afinal, sacolinhas plásticas demoram uns trocentos anos para se decompor.

Mas, acho que a minha principal contribuição para com essas causas é a de não perder o vínculo com a consciência. Consciência de saber que vivemos num mundo onde um continente inteiro sofre de AIDS, passa fome, e é explorado até os dias de hoje. Consciência de que meu dinheiro, ao invés de ser gasto com anéis, perfumes e marcas de grife, poderia ser investido em ONG's. Enfim, hoje, ainda sou dependente, não trabalho. Porém, se você se incomoda com esses fatos medonhos de miséria, fome e peste, basta um passo, um começo, um início.

Ou será que você é tão desumano ao ponto de fechar os olhos para isso? Será que você é tão fútil assim? Acho que gastar um dinheiro muito alto em objetos de "status" é uma maneira de você suprir o buraco da auto-estima que há dentro de você; afinal, para mim, uma pessoa que faz esse tipo de coisa, deve ter uma auto-estima péssima.

Enfim... A Vida sabe o que faz.

Foi só um desabafo. Um bufo de indignação perante a futilidade alheia. Uma dica: procure se preocupar mais com o outro. Sei que num mundo onde o capital governa, as pessoas são menos calorosas, mais voltadas ao material... Mas quebre isso. Mesmo que seja só você. E não tenha vergonha de ser visto como "O Defensor dos Pobres". Se você tem condições, por que não ajudar ao próximo?

E esse post foi para mostrar a minha decepção com uma pessoa que pensei em ser algo que, realmente, não é...

sábado, setembro 6

Opinião Alheia e o que penso a respeito

Tenho uma conta no Orkut, assim como os milhares de brasileiros que têm acesso a Internet. Toda vez que acesso meu perfil e vejo alguém que o visitou, penso: "O que será que ele viu?"; "Será que ele acessou meu blog?"; "O que ele anda achando de mim?".

E tudo isso, toda essa auto-indagação, não é a título de preocupação. Porque, na verdade, eu tô me ferrando para o que os outros acham de mim, por mais maldosos e imbecis que sejam seus comentários. Já disse que o verdadeiro valor dos comentários não está no seu conteúdo, e sim naquele que os emite.

Mas eu queria ser uma espécie de éter, penetrar no consciente alheio, ver o que essa pessoa pensa, não só sobre mim, mas sobre tudo. Suas lembranças, suas memórias. Seus traumas, suas influências.

Para quem convive e estuda comigo, sei que pareço metido e chato pra caralho. Mas, se você realmente me conhece, sabe que eu respeito muito o espaço do outro. E que não sou o tipo de pessoa efusiva, que sai por aí cumprimentando, conversando, perguntando. Sou comunicativo quando quero ser. E sei ser efusivo com quem vale a pena o ser.

Só espero que você seja sábio o suficiente para entender isso aqui. E sábio também para analisar a criticidade dos seus próprios comentários. De se por no lugar do alvo que os recebe, mesmo sem saber.

Depositar raiva, deboche e ironia no conceito de uma pessoa só empobrece a nossa alma. É uma questão de perda de tempo. Simplesmente, perda de tempo...

quinta-feira, agosto 28

Os cordões sociais

Quando nascemos, a quietude, a solidão positiva e toda a tranqüilidade do útero são rompidas. Somos expelidos do ventre de nossas mães, e o único cordão físico que nos liga à elas é cortado.

Quando crescemos um pouco, e os nossos sentidos começam a estar mais desenvolvidos, as influências começam a nos bombardear. A maneira como nossos pais falam e agem, os programas de TV, as músicas, as cenas que presenciamos... Enfim, tudo é base para o ser humano que se formará.

E quando somos mais crescidos ainda, as visões de sociedade, a visão política, juntamente com as nossas inseguranças e incertezas, tratam de moldar nossa personalidade. Cordões sociais começam a se formar. Começam a transmitir, diretamente, informações, modos de agir e pensar...

E é isso. Somos impulsionados a ser o que a sociedade quer. O Determinismo é uma das teorias mais significantes, para mim. O meio determina e nos molda, com certeza, principalmente quando não temos pensamento e personalidade formados, como na infância e adolescência.

Por isso que o adolescente maduro é valorizado. Na condição de maturidade, ele é menos suscetível à opinião alheia, conservando, assim, a formação que a família lhe deu. E, na teoria, isso sempre é bom.

Na teoria...

sábado, agosto 23

O rio mudou de fluxo. Novamente...

Até a 6ª série, eu queria ser veterinário.
Quando vi um médico fazer o parto de uma égua num desses canais de TV a cabo, perguntei pro meu pai o que era aquilo, ele disse: "Será você no futuro!".

Desisti da profissão.

Eu ainda não me conhecia. Foi quando no ano seguinte, quando uma professora minha me entregou uma redação, dizendo que era um dos melhores textos feito por alunos que ela já tinha lido. Eu fiquei sem graça. E perguntei no que uma pessoa boa de escrita trabalhava, e ela respondeu: "Jornalismo!" - com aquelas bochechas rosadas.

Ok. Jornalismo foi a minha meta durante a 7ª, 8ª, 1° e 2° ano do Fundamental e Ensino Médio.

MAS, nesse interim (adoro essa palavra), comecei a fazer Teatro. E me apaixonei. E me viciei. E me desesperei, porque queria seguir a carreira; me dedicar 100% ao Teatro. Então decidi, em meados de 2008, prestar Artes Cênicas.

Mas a questão econômica pesou. E eu fui amando, com o passar dos meses, Biologia. Na verdade, lembro como se fosse ontem, de um trabalho sobre alimentação que tinha feito na 5ª série. Tinha adorado fazê-lo. Pesquisar sobre vitaminas, o que elas fazem com os nossos corpos. Enfim...

Agora farei Nutrição. Mas eu ainda adoro animais. Ainda escrevo bem. E ainda sou um ótimo ator.

Não abandonei o Teatro. É isso que me faz sentir o sangue nas veias. As emoções nos arrepios. É as dores no coração. É ele a magia da minha vida.

quinta-feira, agosto 21

Texto que compus ouvindo "Slave to Love" de Róisín Murphy

"Corra! Corra contra a parede.
Derrube-a. Derrube seus limites, suas concepções.
Entre em êxtase. Perca as percepções.
Mostre as emoções.
Parta corações!
Seja você, sem se perder na vontade de ser mais alguém.
Queira a singularidade na vida, na dança e no choro.
Seja ritmado, compassado. Engraçado. Bem-Humorado.
Quem gasta a vida no mau-humor não merece ser valorizado.
Ria de mim. Ria deles. Ria de quem puder.
Você pode me machucar. Mas nunca me romper.
Esse texto dedico à mim. E ao mundo. E à unicidade de cada vida.
Ao seu riso incrédulo, aos seus comentários depois.
E às palavras tórpidas que sairão da sua boca sobre mim.
Sobre você.
Sobre nós dois".

segunda-feira, julho 28

Peixes, os amigos do meu aquário

Não é novidade, nem pra mim, e nem pra quem leu boa parte desse blog, que eu me sinto, às vezes, deslocado do resto do mundo. É como se eu girasse no sentido contrário do planeta. É como se eu fosse um peixe em um aquário, enquanto o resto do mundo me observasse e batesse seu dedo no vidro.

Porém, isso não é ruim. Só me sinto incomum. Estranho. E atemporal. Sim, é isso. Atemporal. Sou atemporal. Princinpalmente quanto ao resto dos outros garotos, que curtem rock, são agressivos, cuspem e peidam em público, e acham tudo isso tão divertido e inebriente. Na minha opinião, essas atitudes (dignas de, digamos assim, símios) são exteriorizações de um íntimo conturbado e inseguro. Talvez sejam reflexos de uma auto-afirmação causada pela pressão que sua própria família e meio em geral exerceram durante toda a vida.

As reticências da frase "Homem que é homem..." são tão estúpidas e arcaicas, que, hoje, eu rio ao ouví-las. Ahh... Como eu rio. E rio mais ainda daqueles que a seguem. São apenas peixes nadando na correnteza das influências cegas e tolas. Enquanto eu nado contra; persisto em ir contra. Porque eu não sou assim. E nem seria. Não tenho a coragem de entregar a minha vida, e vivê-la, de acordo com bobices. Sou bem seguro quanto ao que sou. E não preciso de uma correnteza dessa "magnitude".

É isso. Um desabafo de final de julho. Só para fechar o mês com, ao menos, um post.

E para quem quer que esteja lendo isso: seja o que você é. Lute com unhas e dentes para moldar os seus limites dentro dessa sociedade. Encontre seus ideais, e os venere e os proteja. E para quem se encontra em situação parecida com a minha, saiba que não está sozinho. Nunca estará...

quarta-feira, junho 25

A Incerteza de gostar daquilo que não é certo

Tudo aquilo que é metódico, certo e intocável me assusta. Toda essa rigidez de padrões e costume me deixa um pouco... com medo.

Sempre gostei do ambíguo; daquilo que tem várias faces e fases. Ficar incerto, ao leo, e apenas reflitir sobre o mundo sempre foi o meu comportamento na maior parte do tempo. Enquanto muitas pessoas vivem sem pensar, eu vivo pensando. E, que fique bem claro, não vivo para pensar, ok?

Mas, sometimes, isso faz com que eu fique saturado. De saco cheio. Olho às vezes para uns do tipo "pai de família", com cara de poucos amigos, relógio no pulso direito, maleta de couro em uma das mãos, e penso: "Serei um dia assim?".

A vida é tão instável. As pessoas seguem por um caminho e acabam no final de um completamente diferente. Tudo é tão sinuoso, que, ao meu ver, o metodismo chega a ser inútil! "Para quê tudo isso se amanhã, ao sair da minha casa, eu corro perigo de vida?".

Sei lá, viu... E, ao mesmo tempo penso que, se não fosse pelo fato de pensar tanto, não ficaria tão encanado e poderia viver como um cara comum. Sim, eu sou incomum. Ou talvez todos sejam e não tenham coragem de assumir sua incomunidade... (Daí o incomum seria comum, e não haveria discriminação!)

Vou explicar porque eu odeio tanto o rígido. O Conservadorismo, por exemplo, ele é um padrão de regras que alguém julgou ser o correto para um conviver ideal, ideal esse também pressuposto por esse alguém. Como eu posso adotar isso? Como eu consigo aderir à esse comportamento?

É incabível, inviável! Todos são diferentes! Todas as pessoas têm suas próprias idéias e ideais. Não é justo eu impor, como Sociedade, uma norma ou conduta para que todos sigam. Será que o Ser Humano é tão burro e irresponsável ao ponto de que alguém, no caso Estado e Sociedade, imponha leis e costumes, respectivamente, para si mesmo? Mas não se esqueça de que Estado e Sociedade são formadas por pessoas também! Quem me garante que elas não coloquem seus interesses e vontades naquilo que criam?

É por isso que o Poder é bom. Porque, quando você está no poder, todos tentam te imitar, te seguir, e você se sente importante. NOTA: Ser humano é um bicho carente que precisa de atenção. O Poder é delicioso porque satisfaz uma das características mais antigas e primitivas do homem: a carência e a vontade de aparecer.

Talvez seja por isso que eu amo Teatro. Consigo atenção e satisfaço o show boy embutido em mim.

Prova de que a vida é incerta é esse post. Criei com o intuito de escrever sobre uma coisa, e no final, terminei escrevendo sobre mim.

Mas não vou apagar. Que esse post seja a prova internéticamente escrita de que a Vida toma caminhos que não podemos conter. Só temos que acreditar que alguém, ou algo, superior nos rege e toma conta de nós enquanto trilhamos o nosso caminho no Planeta Terra. E que sempre age querendo nosso bem, mesmo a gente achando o oposto...

segunda-feira, junho 16

A Viagem

Sem dúvida, uma das paixões mais avassaladoras que trago comigo é o instinto de viajar. Simplismente sou louco por novas culturas, novas pessoas, gestos, rostos e novas filosofias e formas de encarar essa vida caleidoscópica.

Ontem, domingo, voltei de uma viagem que fiz. Mochilão nas costas, fones no ouvido, óculos no rosto e garrafa d'água na mão. Tudo pronto! Ao chegar no guichê (Hey! Eu nunca escrevi guichê!), uma mulher de aspecto não muito amigável me atendeu. Retirei minha passagem, dei um sorriso de pena para ela e desci para o terminal.

O ônibus chegou. Entrei e sentei no meu lugar favorito: uma poltrona na janela do fundo. E fiquei observando as pessoas que chegavam no ônibus. O primeiro a ser digno de nota foi um cara gordo, de respiração irritantemente ofegante (daquele tipo que respira fundo e com força, mas baixinho!) que, graças aos céus, sentou na minha frente.

O segundo tipo foi um senhor por volta dos 50, que usava fones de ouvido num volume tão alto que a senhorinha a frente dele pediu, gentilmente, para abaixar o volume. Era uma dessas transmissões de futebol onde a única coisa que você realmente entende é o "goooooooolll" que o narrador exclama. Enfim... Cada um ouve o que te satisfaz, né?

A terceira figura foi a minha companhia de viagem. Uma adolescente de franja pintada de vermelho-papel-crepom, cabelo oleoso e um celular irritante! Meu Deus, ao sentar do meu lado, ela abriu sua bolsa (de zebra! ¬¬") de onde tirou uma máquina fotográfica. Ao mudar as fotos que estava vendo, a máquina emitia um inesperado e angustiante barulhinho, que, juro, se ela emitisse mais uns 2 daqueles barulhos, eu a jogaria privada-de-ônibus abaixo!

Mas a Srta. Barulho não parou por aí. Ao começar a pegar no sono, coisa que normalmente não consigo em ônibus, o celular dela emitiu um "Please don't stop the music" da Rihanna, que, instantaneamente gerou uma vontade imaculada de atacar a garota. Me controlei. Bebi uma água e, já puto da vida, liguei a luz e comecei a ler meu livro. Ela olhou de soslaio para mim com aquele jeito de "Não vai apagar essa maldição de luz?" e retruquei com um olhar pérfido de "Cale a boca, você acabou de me acordar, sua nojenta".

Ok. O ônibus fez a sua parada. Fui ao banheiro, lavei o rosto, tomei um suco, comprei o costumeiro chocolate e de volta para a poltrona.

"Vamos ver se eu volto a dormir". E consegui! Consegui dormir no ônibus!! Mas, acreditem, o celular da infeliz gritou um "Olha a mensagem!" que fez com que eu virasse para ela e perguntasse: "Por que você não coloca o seu celular no...(essa pausa foi estratégica!) modo vibratório?". Fiz isso com uma amplitude de segundas palavras que a menina ruborizou e concordou de leve com a cabeça.

Ok. Agora sim, eu posso voltar a dormir. Mas, daí, insight! E quando eles vem (acento?), fico pensando muito; um pensamento se conecta com uma vivência, uma idéia. No final, é uma teia de pensamentos tecida por experiências e percepções. O insight dessa vez foi sobre manias.

Todos que eu citei aqui, tinham manias e jeitos peculiares no seu modo de viver. Será que eu sou assim também? Será que alguém, nesse momento, também está escrevendo ou falando sobre o meu modo de agir ou falar? Não que eu me importe, mas seria um antagonismo fantástico pensar na possibilidade disso acontecer. Ia me sentir num dos filmes do Tarantino.

Engraçada como é essa vida. É engraçado eu ter essa percepção de como os nossos comentários e pensamentos podem ser aplicáveis a nós mesmos. Por que eu não sou como os outros? Por que eu simplismente não poderia passar por cima desses fatos, rir das manias e curiosidades alheias e, no máximo, comentar com alguém sobre? Por que eu sempre aplico as minhas opiniões sobre mim mesmo?

Talvez seja essa vontade louca de evoluir e procurar sempre a melhor forma de ser. Talvez seja a curiosidade por se sentir como o alvo da própria ferrenha opinião. Ou talvez eu só seja um pouco estranho.

Quem sabe? Só sei que a cada dia que passo nessa Terra, me descubro, agora que tenho maturidade para me auto-avaliar de acordo com os meus preceitos.

E estou adorando ser alvo de mim mesmo. E odiando ao mesmo tempo, porque me obriga a ser sempre uma versão melhor.

sexta-feira, junho 6

Aestático

Não sou uma pessoa ativa. Dessas que correm, nadam, caminham, dançam, tudo de forma intensa e contínua. Na verdade, admiro esse tipo esportista. Até sonho em ser um, um dia, talvez...

Sou caseiro. Gosto de livros, CD’s, filmes que passam depois do Zorra Total. Gosto de ouvir rádio (rádio?!), Antena 1, escrever, ler o escrito, reescrever. Tomar café na minha caneca grandona e andar de meia e chinelo pela casa. Adoro ir ao cinema, ir ao Teatro e à Biblioteca. Sem compromisso, sem pressão.

E isso faz com que eu aparente ser monótono e mofado. Mas não. Meu encéfalo trabalha silencioso (adoro Predicativos do Sujeito; caso eventual curiosidade da nota, vide a Gramática mais próxima), quieto e sinuoso. Tudo o que absorvo modifica idéias e pensamentos, todo o tempo, toda hora.

Talvez minha maneira de ser esteja voltada para o intelecto. Por causa disso, já fui tachado de vagabundo, inútil, sem iniciativa.

(Dica: a intensidade das coisas que falam de você depende de quem fala; se alguém mesquinho, arrogante e ignorante te chamar de filho da puta, relaxe. Aprenda que, por mais fortes que sejam as palavras, a verdadeira intensidade delas está relacionada com a pessoa que as emite).

Enfim, a pessoa que disse isso é insegura e um pouco deprimida, fazendo com que eu não desse muita bola para a opinião dela.

Ok. Como o nome do post sugere, eu sou aestático (adoro Neologismos!). Tenho medo daquilo que dura para sempre. O material imutável me assombra, e me arrisco a dizer que isso nem existe. Mas não gosto da estaticidade (neologismo?) de pensamento, de corpo, de estilo e de comportamento.

Sofremos metamorfoses. Mas poucos abrem conscientemente os seus corpos e mentes para esse processo de transformação tão valioso. O pior tipo é aquele que pensa que tudo é para sempre. As filosofias, os comportamentos... Isso é tão restrito ao universinho pessoal que chega a me enojar.

É de uma prepotência nojenta pensar que só é certo aquilo que você pensa, prega e faz. O que é certo e errado depende dos preceitos. E os preceitos mudam de acordo com o tempo, lugar, ideologias e sociedades. Logo, o que é certo e errado mudam. E é essa filosofia que temos que ter! Esse é o mandamento n°1 do respeito.

Afinal, a pessoa que não pensa assim, ou nessa linha de raciocínio, não respeita as diferenças porque pensa que o correto é ela e nada mais. Todo o resto diferente é errado e hediondo.

Meu Deus, quanta ignorância! Como eu queria estar rodeado de pessoas menos egocêntricas. Como eu queria...

Chega de estagnar. De empacar. Bloquear o fluxo natural da mudança. É natural!
Chega! Chega. Chega...

quarta-feira, junho 4

"A Cinza das Horas" - II

No post abaixo usei a obra que não tinha lido até então, "A Cinza das Horas" de Manuel Bandeira, para refletir sobre o tempo. Minha enzima intelectual há tempos queria ler esse livro. Pois bem, hoje, estudando na Biblioteca, estalo, Slept!, "Pegue o livro!".

E peguei. Eis o primeiro poema:

Epígrafe

"Sou bem nascido. Menino,
Fui, como os demais, feliz.
Depois, veio o mau destino
E fez de mim o que quis.

Veio o mau gênio da vida,
Rompeu em meu coração,
Levou tudo de vencida,
Rugiu como um furacão,

Turbou, partiu, abateu,
Queimou sem razão nem dó -
Ah que dor!
Magoado e só,
- Só! - meu coração ardeu:

Ardeu em gritos dementes
Na sua paixão sombria...
E dessas horas ardentes
Ficou esta cinza fria.

- Esta pouca cinza fria."

Qualquer semelhança é obra do meu destino. Talvez você não entenda a identificação que eu tive, porque nunca, mesmo se quisesse, poderia me expressar totalmente. Esse poema é um estilhaço de vidro que compõe o espelho por onde a minha vida passa.

Obrigado Adriana¹. Graças à você encontrei mais um pedaço de mim na Literatura Brasileira.

¹: Vide começo do post abaixo.

terça-feira, junho 3

“A Cinza das Horas"

Mais uma vez apelo para a cópia literária. “A Cinza das Horas” é um livro escrito por Manuel Bandeira, que eu ouvi numa música da Adriana Calcanhoto, indicada pela Ana Carolina, no programa Saia Justa, do GNT.

Não li o livro. Mas o maquinário imaginativo já começou a trabalhar quando ouviu pela primeira vez o tão curioso título. Imaginei, na mesma hora que conheci esse nome, um relógio com ponteiros que se desfarelam em cinzas com o passar das horas. E uma mulher, com um telefone antigo do lado, olhando a cena e esperando o seu amor com os olhos borrados de rímel e lágrimas.

Meu Deus. Como sou dramático.

E toda essa viagem psico-psicodélica me inspirou a escrever sobre o tempo e as conseqüências que os seus atos promovem nas nossas vidas.

Ele é relativo. Quando estamos entediados e impacientes, ele tarda a andar. Quando estamos nos divertindo ou fazendo algo que dá prazer às nossas vidas, ele passa rápido.

Passa rápido, rasteiro e ligeiro por entre os nossos dedos e vidas. Quando vemos, temos que consultar catálogos da Natura para comprar anti-idades, anti-rugas, anti-depressivos. Sim, hoje, no século XXI, as pessoas ainda se deprimem com o corpo e face, dando ação de anti-depressivo aos cosméticos modernosinhos.

Perdoe Deus, perdoe...

Ainda pensamos que o nosso corpo é tudo. Mero engano. Nossa mente é tudo. E, pensando através desse prisma, o Tempo é positivíssimo. Ele é o caminho da Evolução espiritual.

O Tempo é um justiceiro implacável. Ele, ao mesmo tempo, destrói seu corpo e constrói sua mente. Ele molda o pensamento e a opinião, mas faz com que a Lei da Gravidade fique, digamos, “mais evidente”.

Não ligue para as rugas. Nem pés-de-galinha. Somos intrusos no Planeta Terra. Somos espíritos e essências dentro de um invólucro que tem como função, transportar toda essa carga espiritual para um plano onde possamos evoluir. O corpo nada mais é do que um veículo para evoluir.

Portanto, não ligue se o seu ‘carro’ foi riscado, enferrujado e amassado pelo Tempo. Tudo o que é material se deteriora. E essa é a nossa sorte, porque não somos materiais. Somos muito mais. Somos um fluido de emoções e decepções, presos em frascos frágeis de pele e músculos.

sábado, maio 31

A Decisão

Ontem tomei uma decisão très important.

Quando se tem 17 anos e tem que decidir uma carreira, a primeira coisa que você pensa (ou melhor, que eu pensei) é no que eu realmente gosto e quero como trabalho para um bom tempo da minha vida.

Gosto e cultuo a escrita. Já disse, logo que comecei a postar nesse blog, que escrever funciona como uma terapia para a minha pessoa. Escrever sobre tudo. Sobre mim, o mundo. Informar através de jornal... Enfim... Escrita é, e sempre foi, a minha praia.

Mas analisando a concorrência, o mercado de trabalho e a correspondência que ele me daria, cheguei a conclusão que o Jornalismo não é uma carreira que eu gostaria muito de seguir. Gosto de escrever. Mas por trás do Mundo da Informação há conchavos, ideologias e pragmatismos que, sem sombra de dúvida, eu abomino.

Quero ser livre. Quero colocar a minha marca no meu trabalho. Não quero ser um robô de uma editora que manda e desmanda sobre o que eu tenho que escrever.

Meu segundo talento, porém não menor que o primeiro, é a interpretação. Tenho amor pelo Teatro. Pelo palco. Pelo cheiro da cortina, da cochia e dos figurinos. Sou vidrado em mexer com o público; VIDRADO!

Sei que sobreviver de arte é uma arte por si só. Mas, foda-se!, eu amo isso!! Eu amo teatro. Amo dirigir teatro, atuar em teatro, sentir teatro.

Então, cheguei a conclusão que o melhor caminho que eu tenho pra seguir é.... DA MEDICINA! (Aham! Por essa você não esperava né?)

Brincadeira... Meu caminho é nas Artes Cênicas. Vou prestar Artes Cênicas no fim do ano para esse vestibular maldito. E sei que vou passar na ECA.

Acreditem, sou materialista. Gosto de viver bem, confortavelmente, com segurança financeira. E sei que o Teatro não vai me dar muito sobre esses aspectos. Mas foi amor a primeira vista. Não posso fugir. Sei que é meu Destino. E sei que algo bom me espera nesse caminho.

Aprendi a seguir minha intuição.

E estou baseando meu futuro nela, que, para você, pode parecer vaga e difusa. Mas para mim é firme e forte como a rocha.

E é isso. Teatro, aí vou eu. Prepare as cortinas, as luzes e os refletores.

Eu estou chegando.

quinta-feira, maio 29

Ser ou não ser?

Carrego em mim um romantismo excessivo que chega ao ponto de ser patético.

Taurino com a ascêndência em Áries, sou esquentado e temperamental. Tenho meus vícios, meus erros, minhas vitórias e meu passado. Carrego tudo isso como uma criança orgulhosa carregando sua mala de rodinhas recém-adquirida. As vezes tenho uma leve vergonha de tudo o que fiz no passado, mas, na mesma hora paro e penso: "Se não fossem os erros, você não seria como é atualmente". E sigo em frente, com o sorriso nos lábios.

Mas voltando ao papo de ser romântico, sou o tipo de pessoa que curte velas, chocolates, vinho tinto e um lugar quente e confortável para passar a noite com aquela pessoa especial. Gosto de carinhos, de mimos, de café na cama, de amor, de sinceridade, de música sexy. Gosto da vontade mútua de se doar sem esperar nada em troca.

Mas hoje, em tempos de Orkut, MSN e bugigangas que mantêm você conectado ao mundo, mesmo quando você não quer estar, existem pessoas desse gênero? Será que vou arranjar alguém assim? Vale a pena ser um romântico apaixonado por tudo nos dias atuais?

Sou dependente da paixão. Escravo louco da louca vontade de ser amado, mesmo que seja por ilusão.

Quero estar sempre conectado com o amor, porque ele faz com que eu me descubra a cada beijo, olhar e toque. Com o amor, eu me sinto completo e consigo entender um pouco de mim mesmo, nessa mistura louca de vontades, anseios, receios.

Tudo isso, em parte, é culpa de comédias românticas hollywoodianas que assisto. Elas me inspiram cenas que aprimoro e desenvolvo na minha mente e, então, se tornam em desejos loucos para serem satisfeitos.

Queria apagar tudo isso que escrevi, porque ficou muito particular. Mas está tão 'in'. Está tão 'Luiz Gustavo', que não tenho coragem. Portanto leia isso uma vez, e esqueça que leu.

Combinado?

terça-feira, maio 13

Lógico? Nem um pouco...

Não é trauma, nem nada, mas eu já cheguei à uma conclusão: não sou lógico. Não dá. Não sou. Não quero ser. Não me tente a ser um. Sou emocional, irracional, sentimental e temperamental.

Não me entendo com Matemática. Me enrolo em Física. Odeio números, quantias, quantidades, operações financeiras, bolsa de valores, soma, subtração, radiciação, potenciação. Não gosto da natureza fria dos Reais, dos Naturais e das Funções. Sou péssimo em resolver equações, inequações e subequações de primeiro, segundo ou quaisquer graus.

Não adianta. Sou ilógico. Gosto da ambigüidade, da inexatidão. Gosto das múltiplas interpretações. Gosto de lidar com gente, com emoções, letras e palavras. Gosto de expressão e sentimentos. Nada de números frios e prontos.

Post contra a matemática. Admito sua importância para a humanidade. Sim, você é importante, mas não é para mim. Viva Camões! Viva Shakespeare!!!

Newton sucks. Clarice RULES!!! \o/


sábado, maio 10

O vazio de mim

Pareço ser o tipo de pessoa animada, expressiva, que se comunica bem. Sei disso porque já falaram, e nós mesmos sabemos das nossas qualidades e defeitos depois de adquirir uma certa maturidade.

Mas ninguém sabe do meu lado incerto. É tão incerto que nem sei ao certo descrevê-lo. É um lado que está atrás das conversas, das piadas e risadas. Ele está em tudo o que faço e não faço. Ele me comanda em parte. É um sentimento de estar deslocado do resto das pessoas. Como se eu nunca pudesse me encaixar de maneira perfeita com alguém ou algo.

Talvez seja isso que me motive a procurar sempre novas pessoas e experiências. É esse desespero absurdo de se encaixar que me motiva e faz com que eu corra riscos que a consciência conhece e não aceita, por isso permite.

Quem sabe um dia eu consigo e sossego o rabo.

quarta-feira, maio 7

Lembranças de Camarim

Foi paixão a primeira vista quando pisei no palco para realizar meu primeiro teste de Teatro. Foi algo emocionante e indescritível ver a expressão das pessoas quando dizia as minhas falas. Na minha mente, "Olha! eu consegui fazer com que eles rissem!". No meu âmago, uma paixão avassaladora e um sentimento inigualável surgiram: o amor pelo Teatro.

Tenho uma lembrança muito engraçada comigo. Quando era pequeno, gostava de pensar no banho quente. Naquela brincadeira com a água e o corpo, a minha mente, ainda infantil e inocente, raciocinava numa velocidade impressionante. Tudo era novo. Todas as situações mostravam uma nova descoberta. E a minha cabeça maquinando. Sonhava que, no dia do meu aniversário, eu pudesse fazer uma espécie de show aos convidados. Queria fazer com que eles percebessem meu potencial que, não sei como, eu já sabia ter para a exibição em público. Consegui formar uma lembrança que, até hoje, tenho comigo.

Ano depois, com a chegada da adolescência, da vergonha, e da maldade que os outros praticavam, comecei a me fechar. Estava explodindo de vontade de aparecer. De cantar, dançar, interpretar, chorar, rir e mostrar para todos o quão capaz eu era. Mas não o fazia. O medo da vergonha, da humilhação, da chacota eram mais novos que a ansiedade e o amor pela exibição que eu já tinha comigo anos atrás.

E então descobri a via de escape para me expressar: o palco. Amei colocar a intensidade de tudo o que sentia naquelas falas. E, melhor ainda, ninguém poderia tirar uma com a minha cara, porque aquele no palco não era eu. Era a personagem. Percebe a lógica que a mente encontra? Consegui, através do Teatro, expressar tudo aquilo que sentia sem me queimar, sem que me ridicularizassem.

Junto com o Teatro, veio a escrita. Não sei, deve ser de outras vidas, mas eu, também não sei porque, sempre consegui me expressar melhor na escrita. Coloco no papel (e no teclado) tudo aquilo que está dentro de mim, coisa que, provavelmente, eu não faria se estivesse falando. É mais fácil, pelo menos para mim, se expressar na escrita, porque não há um interlocutor direto, que ouve e opina naquele mesmo instante. Há espaço para colocar, sem pressa e sem medo de estar fazendo papel de estranho, tudo aquilo que você quer expressar.

Sou assim. Sou eterno ator. Eterno escritor. Aprendiz da vida, que me ensina todos os dias lições valiosíssimas. Aprendiz das pessoas que me rodeiam que dão, mesmo sem perceber, altas reflexões sobre tudo.

Teatro, talvez, você seja o amor da minha vida. Talvez seja você que me complete e me mostre o verdadeiro amor. Só você me dá prazer. Só você me faz rir e chorar. Perceber que tudo isso é apenas mais uma peça e eu, mais um ator, nesse palco gigantesco que é essa vida de cinzas, horas e caretas.

terça-feira, maio 6

A imagem, o espelho e as nuânces

Sempre, desde pequeno, fui meio gordinho. Quando se é criança, sem problemas. Você vai à praia, brinca na areia, toma sol e corre, tudo isso sem camiseta. Quando entramos na puberdade, começamos analisar os corpos alheios e queremos ser como eles. Então, você começa a ficar debaixo do guarda-sol, falar que o Sol está muito forte, ou o mar muito gelado, ou a areia muito quente. Enfim, fica de camiseta debaixo do guarda-sol, com vergonha do mundo por causa da sua barriga.

Hoje, não vou dizer que estou sarado, pelo contrário, estou até pneuzadinho, mas me sinto bem. Bem o suficiente pra me analisar, e falar: "Sim, você é um gato". Às vezes, aquele monstro que criamos na nossa cabeça não está na cabeça da outra. Temos que aprender que nem sempre o que pensamos sobre nós mesmos é o que realmente somos. Entende?

Isso se aplica à várias coisas. Acho que sou um escritor regular. Outros dizem que escrevo muito bem. De vez em quando eu me achava gordinho, quando era apenas um garoto normal. A vida vai passando e começamos a ver que nem sempre tudo que pensamos é, de fato, verdade.

O espelho é outra coisa que me encanta e fascina. É um pedaço de vidro que reproduz uma imagem de tudo. Mas me intriga. Já percebeu que, ao levantarmos a mão direita para o espelho, ele levanta a mão esquerda? Como posso confiar em algo que mostra uma imagem errada? A verdadeira beleza está naquilo que guardamos e pensamos. É apaixonante encontrarmos pessoas com bons sentimentos. Não vou ser hipócrita dizendo que a beleza externa não importa, porque ela importa. Mas é efêmera. Enquanto a beleza da alma é eterna.

Já tive verdadeiras crises de baixa auto-estima. A chegar ao ponto de não querer sair de casa. De pensar que, quando as pessoas riam, estavam rindo de mim. Besteira. Besteira, quanta besteira! Tudo isso é fruto dessa sociedade que, convenhamos, vende imagens modificadas e protótipos ideais de estilo, corpo e comportamento. E isso me irrita a little bit. Queremos ser o que somos, sem pré-conceitos. Sem o ideal. Porque o ideal é formado pelas opiniões de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. Não podemos ser levados por esses que ditam o que é cool ou não.

Sim. Aprendi isso depois de muita terapia no espelho. Muito papo comigo mesmo. Depois de muitas conversas com meu pai e com a vida. Aprendi a analisar a sociedade em que vivemos e me proteger dos frutos podres que ela coloca em nossas cabeças.

A imagem? Ilusão. O Espelho? Contradição. As nuânces? Imitação.

segunda-feira, maio 5

Sou do mundo, de mim e de mais ninguém

Vontade louca de cair no mundo e viver para aquilo que fui feito, que é viver. Às vezes paro e olho tudo em volta, e encaro como se tudo fosse um ensaio para o que vem por aí. Eu olho para a minha vida e penso que isso não é a vida propriamente dita.

Estou rodeado de pessoas que pensam pequeno. Porque aqueles que pensam grande expressam, de alguma forma, a imensidão dos seus sentimentos. São todos tão pequenos, ou eu que sou pretensioso demais em achar que sou grande demais? Não sei. Só sei que não vivo o que quero viver. Quero sair, namorar, dançar, beber, rir, estudar o que me deixa feliz, trabalhar, ser o que quero ser. Sem correntes de inveja, egoísmo, maldade ou dependência. Quero ser um pouco dos meus sonhos. E sei que serei. Mas a espera dói e deixa as unhas roídas. Quero ser do mundo e do meu futuro. Quero estar por minha conta e risco. Desejo ser o Luiz que passa frio e toma chá num Pub, em Londres. Quero ser o Luiz romântico que fotografa Paris. Quero estudar em Praga. Fazer amor em Madrid. Rir em Tóquio. E amar em Milão. Quero fazer amizades em Berlim. Comer um Groove Cake¹ em Amsterdã. Ficar na beira do Rodan e rir da vida. Porque a vida é isso.

A vida é viver em vários lugares, com várias pessoas e culturas. Sem muito prendimento e compreensão. Deus criou a vida quando estava de porre, e aqui estou eu escrevendo e você aí, lendo.

Quero sair daqui e vivenciar aquilo para que fui feito.

¹ Muffin feito a base de Hashishi comum nos bares de Amsterdã, onde o consumo de drogas é liberado

sexta-feira, maio 2

O Tempero da Vida

Vejo a vida como se fosse uma grande mistura explosiva de sabores, ingredientes, cores, raças, sexos e costumes. Mas já percebeu que nesse caldeirão ambulante, em constante ebulição, há uma coisa que liga tudo à todos?

A música.

Ela é universal. O homem, desde que se entende por homem, cria barulhos. Dos grunhidos, às falas. Das falas, aos cantos. Dos cantos, à arte. Somos todos produtores de uma arte própria que se expressa através do que fazemos diariamente, como o nosso sorriso, as nossas expressões, a nossa voz. Tudo é uma arte adaptada ao presente diário.

Mas a música é a liga que, como o próprio nome diz, liga tudo. Acho que é por isso que os iPods fizeram tanto sucesso. Podemos levar mais de 30.000 músicas conosco e ouvir em qualquer lugar, a qualquer hora. Já parou pra pensar na cor que essas canções trazem ao nosso cotidiano? Meu Deus! Não sei o que seríamos sem essa forma de expressão que se traduz em melodia, timbres e letras.

As músicas nos lembram algo ou alguém em especial. Nos fazem relembrar coisas há muito esquecidas. Fazem com que lembremos dos anseios do passado, e dão um estímulo para os do futuro. Sim, palmas para Deus. Valeu, Deus! Acertou em cheio quando inventou os sons; e valeu, Humanidade. Afinal, fomos nós que agrupamos e fazemos com que todos esses sons sejam gostosos de ouvir.

Valeu Artistas e Letristas. Obrigado Marisa, Chico, Gil. Valeu Elis, Madonna, Gal, Britney, 10.000 Maniacs e Alanis. Obrigado a todos que eu ouço diariamente, semanalmente ou que tenha ouvido uma vez na vida. Obrigado por me propiciarem um tempero ideal para tudo. Vocês fazem a vida de todos nós mais feliz.

Celebre você também essa dádiva que é a música. Curta dançando adoiadado. Ou ouça naquela tarde fria. Tudo é propício para a boa música.

Obrigado a você, que leu esse post. Comente!

Do título

A vida tem um jeito engraçado de oferecer soluções aos nossos problemas.

Sempre quis ter um blog. Não só por achar interessante o fato de interagir e expor as suas idéias e emoções com o desconhecido, mas também pelo ato de escrever que, para mim, funciona como uma verdadeira terapia.

Sei que criar, ter e manter um blog não é fácil. Me deparei com isso ao tentar criar o título desse post. Você imagina o quanto é duro bolar um título que instigue o leitor? Imagina o quanto é complicado articular as suas palavras, e deixa-las de uma maneira gostosa de se ler?

Ok. Legal. Vamos para a minha primeira confissão: roubei o título do meu primeiro post do primeiro capítulo de "Dom Casmurro". Sim, pode me chamar de ladrão, plagista, sem-criatividade. Mas encaixava tão bem que não pude evitar; tive que plagiar. Me desculpe, Machado, te devo uma.

Tive que pegar o título do capítulo de "Dom" porque ele serviu como uma luva para a minha idéia: explicar o nome desse blog.

Infinito Particular. É isso o que nós somos. Somos um aglomerado de Infinitos Particulares repletos de sensores que, ao perceberem tudo, criam pensamentos e observações numa velocidade incalculável. Esse blog celebra isso, e abre, pra você leitor-anônimo, o meu Infinito Particular.

Ahh! Segunda confissão: roubei o título do meu blog da minha musa-tupiniquim-inspiradora, Marisa Monte. Ela me inspira. Poxa, ela é demais. Não tem como eu não plagiar! Suas canções deixam com vontade de saber, descobrir e se apaixonar pela vida. Ela é meu ego complementar¹.

Mas prometo que serei mais criativo daqui pra frente. Me dê uma colher de chá, afinal, primeiro blog, primeiro post. Enfim... Mas o objetivo dessa página, perdida no infinito internético, é fazer com que você analise os conflitos e mecanismos do seu infinito particular, satisfazendo a curiosidade e observando o meu infinito particular.

Obrigado Marisa, você me inspira. Os meus cafés-da-manhã não seriam nada sem a sua voz. E me desculpe, Machado. Tive que usar a sua brilhante idéia de explicar o título do seu livro através do primeiro capítulo que, aqui, adaptei para título do meu blog através da primeira postagem.

E obrigado a você que chegou até aqui, não desistiu da leitura e apostou na qualidade da minha escrita. Esse blog também é para você. Afinal, mande seu comentário. Vocês fazem parte do termômetro daqui.

¹: Termo da Psicologia, utilizado para designar pessoa que ajuda (Marisa) a outra (Luiz) a ser ela mesma.