terça-feira, junho 3

“A Cinza das Horas"

Mais uma vez apelo para a cópia literária. “A Cinza das Horas” é um livro escrito por Manuel Bandeira, que eu ouvi numa música da Adriana Calcanhoto, indicada pela Ana Carolina, no programa Saia Justa, do GNT.

Não li o livro. Mas o maquinário imaginativo já começou a trabalhar quando ouviu pela primeira vez o tão curioso título. Imaginei, na mesma hora que conheci esse nome, um relógio com ponteiros que se desfarelam em cinzas com o passar das horas. E uma mulher, com um telefone antigo do lado, olhando a cena e esperando o seu amor com os olhos borrados de rímel e lágrimas.

Meu Deus. Como sou dramático.

E toda essa viagem psico-psicodélica me inspirou a escrever sobre o tempo e as conseqüências que os seus atos promovem nas nossas vidas.

Ele é relativo. Quando estamos entediados e impacientes, ele tarda a andar. Quando estamos nos divertindo ou fazendo algo que dá prazer às nossas vidas, ele passa rápido.

Passa rápido, rasteiro e ligeiro por entre os nossos dedos e vidas. Quando vemos, temos que consultar catálogos da Natura para comprar anti-idades, anti-rugas, anti-depressivos. Sim, hoje, no século XXI, as pessoas ainda se deprimem com o corpo e face, dando ação de anti-depressivo aos cosméticos modernosinhos.

Perdoe Deus, perdoe...

Ainda pensamos que o nosso corpo é tudo. Mero engano. Nossa mente é tudo. E, pensando através desse prisma, o Tempo é positivíssimo. Ele é o caminho da Evolução espiritual.

O Tempo é um justiceiro implacável. Ele, ao mesmo tempo, destrói seu corpo e constrói sua mente. Ele molda o pensamento e a opinião, mas faz com que a Lei da Gravidade fique, digamos, “mais evidente”.

Não ligue para as rugas. Nem pés-de-galinha. Somos intrusos no Planeta Terra. Somos espíritos e essências dentro de um invólucro que tem como função, transportar toda essa carga espiritual para um plano onde possamos evoluir. O corpo nada mais é do que um veículo para evoluir.

Portanto, não ligue se o seu ‘carro’ foi riscado, enferrujado e amassado pelo Tempo. Tudo o que é material se deteriora. E essa é a nossa sorte, porque não somos materiais. Somos muito mais. Somos um fluido de emoções e decepções, presos em frascos frágeis de pele e músculos.

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