quarta-feira, junho 4

"A Cinza das Horas" - II

No post abaixo usei a obra que não tinha lido até então, "A Cinza das Horas" de Manuel Bandeira, para refletir sobre o tempo. Minha enzima intelectual há tempos queria ler esse livro. Pois bem, hoje, estudando na Biblioteca, estalo, Slept!, "Pegue o livro!".

E peguei. Eis o primeiro poema:

Epígrafe

"Sou bem nascido. Menino,
Fui, como os demais, feliz.
Depois, veio o mau destino
E fez de mim o que quis.

Veio o mau gênio da vida,
Rompeu em meu coração,
Levou tudo de vencida,
Rugiu como um furacão,

Turbou, partiu, abateu,
Queimou sem razão nem dó -
Ah que dor!
Magoado e só,
- Só! - meu coração ardeu:

Ardeu em gritos dementes
Na sua paixão sombria...
E dessas horas ardentes
Ficou esta cinza fria.

- Esta pouca cinza fria."

Qualquer semelhança é obra do meu destino. Talvez você não entenda a identificação que eu tive, porque nunca, mesmo se quisesse, poderia me expressar totalmente. Esse poema é um estilhaço de vidro que compõe o espelho por onde a minha vida passa.

Obrigado Adriana¹. Graças à você encontrei mais um pedaço de mim na Literatura Brasileira.

¹: Vide começo do post abaixo.

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