sexta-feira, junho 6

Aestático

Não sou uma pessoa ativa. Dessas que correm, nadam, caminham, dançam, tudo de forma intensa e contínua. Na verdade, admiro esse tipo esportista. Até sonho em ser um, um dia, talvez...

Sou caseiro. Gosto de livros, CD’s, filmes que passam depois do Zorra Total. Gosto de ouvir rádio (rádio?!), Antena 1, escrever, ler o escrito, reescrever. Tomar café na minha caneca grandona e andar de meia e chinelo pela casa. Adoro ir ao cinema, ir ao Teatro e à Biblioteca. Sem compromisso, sem pressão.

E isso faz com que eu aparente ser monótono e mofado. Mas não. Meu encéfalo trabalha silencioso (adoro Predicativos do Sujeito; caso eventual curiosidade da nota, vide a Gramática mais próxima), quieto e sinuoso. Tudo o que absorvo modifica idéias e pensamentos, todo o tempo, toda hora.

Talvez minha maneira de ser esteja voltada para o intelecto. Por causa disso, já fui tachado de vagabundo, inútil, sem iniciativa.

(Dica: a intensidade das coisas que falam de você depende de quem fala; se alguém mesquinho, arrogante e ignorante te chamar de filho da puta, relaxe. Aprenda que, por mais fortes que sejam as palavras, a verdadeira intensidade delas está relacionada com a pessoa que as emite).

Enfim, a pessoa que disse isso é insegura e um pouco deprimida, fazendo com que eu não desse muita bola para a opinião dela.

Ok. Como o nome do post sugere, eu sou aestático (adoro Neologismos!). Tenho medo daquilo que dura para sempre. O material imutável me assombra, e me arrisco a dizer que isso nem existe. Mas não gosto da estaticidade (neologismo?) de pensamento, de corpo, de estilo e de comportamento.

Sofremos metamorfoses. Mas poucos abrem conscientemente os seus corpos e mentes para esse processo de transformação tão valioso. O pior tipo é aquele que pensa que tudo é para sempre. As filosofias, os comportamentos... Isso é tão restrito ao universinho pessoal que chega a me enojar.

É de uma prepotência nojenta pensar que só é certo aquilo que você pensa, prega e faz. O que é certo e errado depende dos preceitos. E os preceitos mudam de acordo com o tempo, lugar, ideologias e sociedades. Logo, o que é certo e errado mudam. E é essa filosofia que temos que ter! Esse é o mandamento n°1 do respeito.

Afinal, a pessoa que não pensa assim, ou nessa linha de raciocínio, não respeita as diferenças porque pensa que o correto é ela e nada mais. Todo o resto diferente é errado e hediondo.

Meu Deus, quanta ignorância! Como eu queria estar rodeado de pessoas menos egocêntricas. Como eu queria...

Chega de estagnar. De empacar. Bloquear o fluxo natural da mudança. É natural!
Chega! Chega. Chega...

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