quarta-feira, outubro 15

Na Tristeza as palavras fluem


Me estressei.

Chorei. Chorei. Chorei. Esbravejei contra o mundo e contra todos. E chorei.

Contra o dinheiro. Contra o Capitalismo. Contra o meu esforço de reverter a situação na qual me encontro. Contra o Comunismo. Contra a vida. E contra a Morte.

E depois ele veio.

O Silêncio Triste me dominou.

Eu, indo de metrô, ouvindo Neil Young. E as lágrimas saltavam como se tivessem vida. Como se fossem vivas. Uma mistura de fingimento e verdade. Uma mistura que fez com que uma moça tirasse um lenço da bolsa, e me entregasse. Não o usei. Só agradeci.

Naquele momento, tudo se juntou. Tudo se fez único. Podia sentir a minha mente criando textos sobre a tristeza e a dor. Podia sentí-los fervilhando na minha cabeça. Ahh! Como eu queria ter uma máquina de escrever ali. Digitaria ali, digitaria e digitaria.

As pessoas me olhariam com um olhar curioso e excêntrico. Mas me olhariam. E eu escreveria. Mas nesse fluxo de devaneio, o sinal de descer tocou. E eu saí do trem.

E segui o meu destino insólito contra a permissividade e crueldade da vida que levo.

Mas o Neil Young continuou tocando. E eu andando. E as pessoas vivendo.

E eu aqui. Escrevendo... Escrevendo... Escrevendo...

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