quinta-feira, outubro 30

Poema das Cinzas

Escrito durante a aula de Física.

"Grito no silêncio dos meus dias sombrios e escuros.
Passo as horas vendo a leve deposição dos fatos.
Uma fina massa de intrigas e interesses ficam na comunhão dos pecados alheios.
E o riso de escárnio se arrasta pela multidão, assombrando-a.
Os pilares de nossas convicções singelas e concretas
Se desfazem em grãos de incerteza e lamúria.
Nossas vidas não podem ser mais sustentadas.
Acomodam-se nas costas da realidade.
E, talvez, o acaso, por descaso,
Nos fada a encará-la.
A doce,
A cruel,
E a forte
Verdade."

2 comentários:

Pavinatto disse...

E Pilatos, após ouvir do Cristo condenado que viera ao mundo para dar testemunho da Verdade, perguntou:
- E o que é a verdade?
Cristo calou-se, profundamente.

Anônimo disse...

Que estranho me sentir como se meu próprio EU tomasse conta de outro corpo. Quando você escreve parece que me descreve e assim que o leio penso em mim mesmo. Continue escrevendo sempre e quem sabe, assim filosofando por entre suas palavras, não descubro a parte que neste momento parece faltar em mim! Um abraço!