sexta-feira, julho 31

Ansiedade (novamente)

Preciso tratar a minha ansiedade. Ela está me atrapalhando profundamente.
Por que essa vontade de pegar o mundo de uma vez só? Por que, apesar da plena consciência dessas palavras, eu não posso vivenciar o fato de que nós alcançamos as coisas aos poucos? Que tudo tem a sua hora e momento certos?

Esse post foi desencadeado pelo encontro que eu tive com um amigo muito querido por mim, e que admiro imensamente. Ele, simplesmente, é o que eu desejo ser. Desejo vivenciar as coisas boas que ele vivencia, chegar até onde ele chegou. Queria tanto ter aquela independência, aquele conforto. Além do mais, queria ter alguns traços de toda aquela personalidade de quem sabe o que quer.

Eu, na minha visão de quem viveu pouco (embora tenho vivido muito para a minha idade), sou terrivelmente ansioso. Não sei como tratá-la, e nem como saná-la. Fico fazendo planos para chegar ali, pensando nas 1001 coisas que podem atrapalhá-los, nas circunstâncias em que estarei, no dinheiro. Chega a ser exaustiva a quantidade de energia que eu gasto pensando em tudo isso.

Terminei de ler um livro (excelente, por sinal) chamado "Comer, Rezar, Amar", que, em muitas páginas, retrata os poderes da meditação. Para meditar, você precisa esquecer os problemas do passado e os planos para o futuro. A vivência plena do presente o deixa mais atento e focado, além de proporcionar uma maior percepção da sua vida. Tenho muito o que aprender com a meditação.

Além desse livro, estou lendo "A Fonte Interior" que, assim como o anterior, ressalta e revela as conseqüências de vivenciar o presente.

Eu, como bom ocidental, não tenho o meu eixo no presente. Sempre uso o presente para satisfazer o que eu quero do meu futuro. Este hábito torna-se vicioso depois de um tempo. Você faz planos para o futuro, os executa, e quando o futuro chega você está cheio de mais e mais planos para um futuro ainda mais distante.

Tenho que quebrar esse ciclo. É ele que desencadeia toda essa ansiedade. Preciso estabelecer dentro de mim uma base sólida, firme e cheia da certeza de que tudo será muito bom para a minha vida. Preciso crer nessa base e edificar o presente diário que, um dia, irá se tornar o tão sonhado futuro a que eu aspiro.

Que eu possa resgatar de dentro de mim toda a convicção e energia necessárias para que eu possa realizar essa construção. E, é claro, que eu possa contar sempre com as palavras gentis e desejos de que tudo ocorrerá bem dos meus amigos. Agradeço a cada um deles por me inspirar, e me ajudar nesse emaranhado interno que é a minha personalidade.

segunda-feira, julho 13

Emotivo? Frágil?

Sabe quando você começa a repassar a sua vida? As coisas boas, os momentos de alegria e dor? Lembrar de coisas que você nem sabia que estavam aí, dentro de você? Pois é... Esses dias eu estava fazendo essa viagem interna. Recapitulando as situações cômicas da minha adolescência, as frustações e enroscos do meu crescer. E algumas memórias da minha infância.

Uma dessas memórias mexe comigo até hoje. 7 anos. Eu no banco de trás do carro, e meus pais na frente. Conversando e eu, como sempre, olhando a vida que passava veloz pela janela. Foi quando eu olhei para um mendigo. Roto, sujo e maltrapilho. E o carro parou no farol. E eu continuei olhando para ele, que dormia na calçada. Simplesmente eu abaixei a cabeça e comecei a chorar, de maneira discreta. Acho que chorei por dó, por passividade quanto à situação (embora eu não pudesse definir exatamente o motivo do meu choro).

Isso é ser emotivo. E eu sempre fui. Sempre me comovi com os outros. Tenho uma sensibilidade fora de série.

Outra memória, também da infância: 7 anos (98 foi um ano de muitas lembranças). Pátio da escola. E um menino que eu repudiava, chamado André. Uma dessas típicas pestes, que infernizam as professoras, amolam os coleguinhas e dão dores de cabeça aos pais. Estava brincando no escorregador, e ele entra no brinquedo também. Começa a ser chato, implicante. Reajo, xingo também. Ele revida. E eu choro. Choro por ouvir tudo aquilo, choro pela raiva de se mostrar frágil.

Isso é ser frágil. E eu estou aprendendo a ser forte.

O mundo precisa de pessoas mais emotivas. E o mundo não dá espaço para os frágeis. É cada vez mais necessário que as pessoas sejam solidárias e boas. Precisamos, na minha opinião, ter bases emocionais sólidas para construir qualquer coisa, tanto no sentido sentimental quanto material.

Mas não adianta apenas se comover. São necessárias ações. Insistência. A cada dia aprendo a ser mais aquilo que eu idealizo. Afinal, viver é aprender. E sempre aprendo a ser melhor. Reflito, percebo e mudo. Esse é o ciclo vicioso que cerca os meus dias.

E você? É emotivo ou frágil? Ou nenhum dos dois? Não está na hora de ser mais? Ou menos? Perceba-se, e mude-se!