sexta-feira, outubro 31

Amor Instantâneo

Não sei se já amei.
Se já, não fora como os muitos relatos que canso de ver.

Não senti pernas bambas, taques cardíacos.
O máximo foi um exulto de felicidade comprimida com uma emoção muito forte.
Mas amor... Amor, não.

E fico aqui pensando se nasci para o amor.
Para ser amado, para amar. Plenamente.
Será que essa vida não passa de uma viagem árdua e solitária, cujo o único destino é o desconhecido?

Paixões, dessas de carne, já tive muitas.
Depois de algumas vezes, você cansa.
Não completa mais. Não preenche mais. Você precisa de mais.


Precisa do carinho, da atenção, de cuidados.
Precisa partilhar seus planos, suas idéias, seus ideais...
Mas acho que não encontrei a pessoa certa para isso.

Que Deus (oh! isso sôoa tão católico!), ou Buddha, ou Rá, ou qualquer nome que dêem para essa força, possa me dar a felicidade de saber que estou errado.
O amanhã é um dos motivos da minha ansiedade.
Quero me ver amanhã.
Quero ver o que acontecerá.

Não espero as coisas acontecerem.
Sou ansioso demais.
E, talvez, seja por isso que eu mergulho em relacionamentos.
E é por isso que me magôo tanto...

Preciso desse remédio.
Dessa ambrosia.
Desse bálsamo.
Dessa cura.
Desse ser.

E o caminho para alcançá-la é o mais irritante: a paciência.

Alguém tem uma crystal ball por aí??

2 comentários:

Thiago Gagante disse...

Mas o amor se manifesta de forma diferente em algumas pessoas. Não existe uma fórmula. Se vc amou, certamente saberia disso. Pois o amor deixa marcas em vc.

: )

Identidades Fragmentadas disse...

Gosto dos dizeres de seu blog, principalmente quando faz referência à unicidade. Sou da área da interação e creio que essa unicidade ainda que exista, ela acaba por ser falseada, pois não sou só e não consigo ser só. Os outros sempre me constituem e fazem de mim um eco de vozes e tecidos que me mudam a cada instante.
Desculpe-me pela invasão sem ao menos te conhecer.