quarta-feira, setembro 23

O Crescimento Solitário

Hoje, andando por essa Cidade que chamam de Universitária, ouvi Adriana Calcanhotto.

"No dia em que fui mais feliz / Eu vi um avião / Se espelhar no seu olhar / Até sumir / De lá pra cá não sei / Caminho ao longo do canal / Faço longas cartas pra ninguém / e o Inverno no Leblon é quase glacial"

Inverno tem uma beleza tão triste. Um veludo tão só se estende pela canção, e embrulha o meu coração. Me faz perceber que eu cresço, que os laços tão protetores da família vão se afrouxando, e que você é o seu próprio defensor.

Que é você quem administra a sua vida, que é você quem responde pelas conseqüências dos seus atos (dos ruins e bons). Mas estar só é tão ruim. É tão ruim perceber que, apesar de você contar com o amor da sua família e amigos, todo esse amor não é o suficiente para te satisfazer.

Preciso de mais. Quero um amor para me dar afeto, atenção, carinho, proteção e prazer. Quero admirar quem amo e me ama. Quero que sejamos únicos e insubstituíveis. Testemunhas de momentos únicos, também. Momentos que não vão se repetir com mais ninguém. Momentos esses que serão lembrados daqui a 20, 30, 40 anos. Momentos que ecoarão na eternidade de cada um de nós para todo o sempre.

E agora eu pergunto: Onde você está? Cadê você, pra me dar alegria? Pra me arrancar desse poço de sonhos e tristeza? Cadê? Em que rua vamos nos encontrar? Que lugar? Onde?

Será que tudo isso é carência? Ou é só uma vontade desenfreada de encontrar a felicidade? E será que a felicidade se encontra em uma vida a dois?

São tantas perguntas e tanta ansiedade que fica difícil viver o hoje tranquilamente. Sem pressa, sem medo de estar sozinho. Sem medo de se expor ao fardo do viver solitário.

E por que viver sozinho é tão pesado assim? Por que eu não me sinto completo sozinho? De onde vem tudo isso? Deus! Eu só tenho 18 anos de idade!!

Ao mesmo tempo que desejo encontrar alguém especial, repugno a dependência de qualquer tipo. E sei que isso me fará sofrer, ao me apaixonar.

Só apelo pra minha própria sanidade! Me liberta desse purgatório ao qual chamamos de ideal romântico! Me faz enxergar que é, sim, possível viver feliz sozinho! Me diga e me faça sentir que toda a felicidade pela qual procuro só está escondida atrás de algo dentro de mim...

2 comentários:

Samuel Shael disse...

eu, Samuel, humildemente lhe digo que a resposta está no seu prórpio pedido, explícito no texto: "Me faz enxergar que é, sim, possível viver feliz sozinho! Me diga e me faça sentir que toda a felicidade pela qual procuro só está escondida atrás de algo dentro de mim..." como? Viva seus momentos presente com intensidade
quando escreve
quando faz sexo
amor
quando corre
quando ouve música
quando
ama
quando se decepciona
quando sorri
quando chora
quando cai e quando se levanta...

Samuel Shael disse...

E viver com intensidade tudo isso é prestar atenção em tudo o que está acontencendo agora? sem pensar em mais nada? não tem como não pensar em mais nada
sempre estaremos pensando em algo seja no futuro ou no passado
mas é prestar atenção sim no que está presente
na sequência dos fatos
nos atos da sua vida
isso envolve andar de ônibus
caminhar
sentar
ouvir
falar
intervir
alterar
comer
transar
mas sem deixar de senquenciar aqueilo que é sequencia
cuidar de si
do que veste
dos seus desejos
mas sem deixar de focar no presente
sem deixar passar os momentos
sem perder seu sequenciamento
é genética