No post abaixo usei a obra que não tinha lido até então, "A Cinza das Horas" de Manuel Bandeira, para refletir sobre o tempo. Minha enzima intelectual há tempos queria ler esse livro. Pois bem, hoje, estudando na Biblioteca, estalo, Slept!, "Pegue o livro!".
E peguei. Eis o primeiro poema:
Epígrafe
"Sou bem nascido. Menino,
Fui, como os demais, feliz.
Depois, veio o mau destino
E fez de mim o que quis.
Veio o mau gênio da vida,
Rompeu em meu coração,
Levou tudo de vencida,
Rugiu como um furacão,
Turbou, partiu, abateu,
Queimou sem razão nem dó -
Ah que dor!
Magoado e só,
- Só! - meu coração ardeu:
Ardeu em gritos dementes
Na sua paixão sombria...
E dessas horas ardentes
Ficou esta cinza fria.
- Esta pouca cinza fria."
Qualquer semelhança é obra do meu destino. Talvez você não entenda a identificação que eu tive, porque nunca, mesmo se quisesse, poderia me expressar totalmente. Esse poema é um estilhaço de vidro que compõe o espelho por onde a minha vida passa.
Obrigado Adriana¹. Graças à você encontrei mais um pedaço de mim na Literatura Brasileira.
¹: Vide começo do post abaixo.
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