sábado, maio 31

A Decisão

Ontem tomei uma decisão très important.

Quando se tem 17 anos e tem que decidir uma carreira, a primeira coisa que você pensa (ou melhor, que eu pensei) é no que eu realmente gosto e quero como trabalho para um bom tempo da minha vida.

Gosto e cultuo a escrita. Já disse, logo que comecei a postar nesse blog, que escrever funciona como uma terapia para a minha pessoa. Escrever sobre tudo. Sobre mim, o mundo. Informar através de jornal... Enfim... Escrita é, e sempre foi, a minha praia.

Mas analisando a concorrência, o mercado de trabalho e a correspondência que ele me daria, cheguei a conclusão que o Jornalismo não é uma carreira que eu gostaria muito de seguir. Gosto de escrever. Mas por trás do Mundo da Informação há conchavos, ideologias e pragmatismos que, sem sombra de dúvida, eu abomino.

Quero ser livre. Quero colocar a minha marca no meu trabalho. Não quero ser um robô de uma editora que manda e desmanda sobre o que eu tenho que escrever.

Meu segundo talento, porém não menor que o primeiro, é a interpretação. Tenho amor pelo Teatro. Pelo palco. Pelo cheiro da cortina, da cochia e dos figurinos. Sou vidrado em mexer com o público; VIDRADO!

Sei que sobreviver de arte é uma arte por si só. Mas, foda-se!, eu amo isso!! Eu amo teatro. Amo dirigir teatro, atuar em teatro, sentir teatro.

Então, cheguei a conclusão que o melhor caminho que eu tenho pra seguir é.... DA MEDICINA! (Aham! Por essa você não esperava né?)

Brincadeira... Meu caminho é nas Artes Cênicas. Vou prestar Artes Cênicas no fim do ano para esse vestibular maldito. E sei que vou passar na ECA.

Acreditem, sou materialista. Gosto de viver bem, confortavelmente, com segurança financeira. E sei que o Teatro não vai me dar muito sobre esses aspectos. Mas foi amor a primeira vista. Não posso fugir. Sei que é meu Destino. E sei que algo bom me espera nesse caminho.

Aprendi a seguir minha intuição.

E estou baseando meu futuro nela, que, para você, pode parecer vaga e difusa. Mas para mim é firme e forte como a rocha.

E é isso. Teatro, aí vou eu. Prepare as cortinas, as luzes e os refletores.

Eu estou chegando.

quinta-feira, maio 29

Ser ou não ser?

Carrego em mim um romantismo excessivo que chega ao ponto de ser patético.

Taurino com a ascêndência em Áries, sou esquentado e temperamental. Tenho meus vícios, meus erros, minhas vitórias e meu passado. Carrego tudo isso como uma criança orgulhosa carregando sua mala de rodinhas recém-adquirida. As vezes tenho uma leve vergonha de tudo o que fiz no passado, mas, na mesma hora paro e penso: "Se não fossem os erros, você não seria como é atualmente". E sigo em frente, com o sorriso nos lábios.

Mas voltando ao papo de ser romântico, sou o tipo de pessoa que curte velas, chocolates, vinho tinto e um lugar quente e confortável para passar a noite com aquela pessoa especial. Gosto de carinhos, de mimos, de café na cama, de amor, de sinceridade, de música sexy. Gosto da vontade mútua de se doar sem esperar nada em troca.

Mas hoje, em tempos de Orkut, MSN e bugigangas que mantêm você conectado ao mundo, mesmo quando você não quer estar, existem pessoas desse gênero? Será que vou arranjar alguém assim? Vale a pena ser um romântico apaixonado por tudo nos dias atuais?

Sou dependente da paixão. Escravo louco da louca vontade de ser amado, mesmo que seja por ilusão.

Quero estar sempre conectado com o amor, porque ele faz com que eu me descubra a cada beijo, olhar e toque. Com o amor, eu me sinto completo e consigo entender um pouco de mim mesmo, nessa mistura louca de vontades, anseios, receios.

Tudo isso, em parte, é culpa de comédias românticas hollywoodianas que assisto. Elas me inspiram cenas que aprimoro e desenvolvo na minha mente e, então, se tornam em desejos loucos para serem satisfeitos.

Queria apagar tudo isso que escrevi, porque ficou muito particular. Mas está tão 'in'. Está tão 'Luiz Gustavo', que não tenho coragem. Portanto leia isso uma vez, e esqueça que leu.

Combinado?

terça-feira, maio 13

Lógico? Nem um pouco...

Não é trauma, nem nada, mas eu já cheguei à uma conclusão: não sou lógico. Não dá. Não sou. Não quero ser. Não me tente a ser um. Sou emocional, irracional, sentimental e temperamental.

Não me entendo com Matemática. Me enrolo em Física. Odeio números, quantias, quantidades, operações financeiras, bolsa de valores, soma, subtração, radiciação, potenciação. Não gosto da natureza fria dos Reais, dos Naturais e das Funções. Sou péssimo em resolver equações, inequações e subequações de primeiro, segundo ou quaisquer graus.

Não adianta. Sou ilógico. Gosto da ambigüidade, da inexatidão. Gosto das múltiplas interpretações. Gosto de lidar com gente, com emoções, letras e palavras. Gosto de expressão e sentimentos. Nada de números frios e prontos.

Post contra a matemática. Admito sua importância para a humanidade. Sim, você é importante, mas não é para mim. Viva Camões! Viva Shakespeare!!!

Newton sucks. Clarice RULES!!! \o/


sábado, maio 10

O vazio de mim

Pareço ser o tipo de pessoa animada, expressiva, que se comunica bem. Sei disso porque já falaram, e nós mesmos sabemos das nossas qualidades e defeitos depois de adquirir uma certa maturidade.

Mas ninguém sabe do meu lado incerto. É tão incerto que nem sei ao certo descrevê-lo. É um lado que está atrás das conversas, das piadas e risadas. Ele está em tudo o que faço e não faço. Ele me comanda em parte. É um sentimento de estar deslocado do resto das pessoas. Como se eu nunca pudesse me encaixar de maneira perfeita com alguém ou algo.

Talvez seja isso que me motive a procurar sempre novas pessoas e experiências. É esse desespero absurdo de se encaixar que me motiva e faz com que eu corra riscos que a consciência conhece e não aceita, por isso permite.

Quem sabe um dia eu consigo e sossego o rabo.

quarta-feira, maio 7

Lembranças de Camarim

Foi paixão a primeira vista quando pisei no palco para realizar meu primeiro teste de Teatro. Foi algo emocionante e indescritível ver a expressão das pessoas quando dizia as minhas falas. Na minha mente, "Olha! eu consegui fazer com que eles rissem!". No meu âmago, uma paixão avassaladora e um sentimento inigualável surgiram: o amor pelo Teatro.

Tenho uma lembrança muito engraçada comigo. Quando era pequeno, gostava de pensar no banho quente. Naquela brincadeira com a água e o corpo, a minha mente, ainda infantil e inocente, raciocinava numa velocidade impressionante. Tudo era novo. Todas as situações mostravam uma nova descoberta. E a minha cabeça maquinando. Sonhava que, no dia do meu aniversário, eu pudesse fazer uma espécie de show aos convidados. Queria fazer com que eles percebessem meu potencial que, não sei como, eu já sabia ter para a exibição em público. Consegui formar uma lembrança que, até hoje, tenho comigo.

Ano depois, com a chegada da adolescência, da vergonha, e da maldade que os outros praticavam, comecei a me fechar. Estava explodindo de vontade de aparecer. De cantar, dançar, interpretar, chorar, rir e mostrar para todos o quão capaz eu era. Mas não o fazia. O medo da vergonha, da humilhação, da chacota eram mais novos que a ansiedade e o amor pela exibição que eu já tinha comigo anos atrás.

E então descobri a via de escape para me expressar: o palco. Amei colocar a intensidade de tudo o que sentia naquelas falas. E, melhor ainda, ninguém poderia tirar uma com a minha cara, porque aquele no palco não era eu. Era a personagem. Percebe a lógica que a mente encontra? Consegui, através do Teatro, expressar tudo aquilo que sentia sem me queimar, sem que me ridicularizassem.

Junto com o Teatro, veio a escrita. Não sei, deve ser de outras vidas, mas eu, também não sei porque, sempre consegui me expressar melhor na escrita. Coloco no papel (e no teclado) tudo aquilo que está dentro de mim, coisa que, provavelmente, eu não faria se estivesse falando. É mais fácil, pelo menos para mim, se expressar na escrita, porque não há um interlocutor direto, que ouve e opina naquele mesmo instante. Há espaço para colocar, sem pressa e sem medo de estar fazendo papel de estranho, tudo aquilo que você quer expressar.

Sou assim. Sou eterno ator. Eterno escritor. Aprendiz da vida, que me ensina todos os dias lições valiosíssimas. Aprendiz das pessoas que me rodeiam que dão, mesmo sem perceber, altas reflexões sobre tudo.

Teatro, talvez, você seja o amor da minha vida. Talvez seja você que me complete e me mostre o verdadeiro amor. Só você me dá prazer. Só você me faz rir e chorar. Perceber que tudo isso é apenas mais uma peça e eu, mais um ator, nesse palco gigantesco que é essa vida de cinzas, horas e caretas.

terça-feira, maio 6

A imagem, o espelho e as nuânces

Sempre, desde pequeno, fui meio gordinho. Quando se é criança, sem problemas. Você vai à praia, brinca na areia, toma sol e corre, tudo isso sem camiseta. Quando entramos na puberdade, começamos analisar os corpos alheios e queremos ser como eles. Então, você começa a ficar debaixo do guarda-sol, falar que o Sol está muito forte, ou o mar muito gelado, ou a areia muito quente. Enfim, fica de camiseta debaixo do guarda-sol, com vergonha do mundo por causa da sua barriga.

Hoje, não vou dizer que estou sarado, pelo contrário, estou até pneuzadinho, mas me sinto bem. Bem o suficiente pra me analisar, e falar: "Sim, você é um gato". Às vezes, aquele monstro que criamos na nossa cabeça não está na cabeça da outra. Temos que aprender que nem sempre o que pensamos sobre nós mesmos é o que realmente somos. Entende?

Isso se aplica à várias coisas. Acho que sou um escritor regular. Outros dizem que escrevo muito bem. De vez em quando eu me achava gordinho, quando era apenas um garoto normal. A vida vai passando e começamos a ver que nem sempre tudo que pensamos é, de fato, verdade.

O espelho é outra coisa que me encanta e fascina. É um pedaço de vidro que reproduz uma imagem de tudo. Mas me intriga. Já percebeu que, ao levantarmos a mão direita para o espelho, ele levanta a mão esquerda? Como posso confiar em algo que mostra uma imagem errada? A verdadeira beleza está naquilo que guardamos e pensamos. É apaixonante encontrarmos pessoas com bons sentimentos. Não vou ser hipócrita dizendo que a beleza externa não importa, porque ela importa. Mas é efêmera. Enquanto a beleza da alma é eterna.

Já tive verdadeiras crises de baixa auto-estima. A chegar ao ponto de não querer sair de casa. De pensar que, quando as pessoas riam, estavam rindo de mim. Besteira. Besteira, quanta besteira! Tudo isso é fruto dessa sociedade que, convenhamos, vende imagens modificadas e protótipos ideais de estilo, corpo e comportamento. E isso me irrita a little bit. Queremos ser o que somos, sem pré-conceitos. Sem o ideal. Porque o ideal é formado pelas opiniões de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. Não podemos ser levados por esses que ditam o que é cool ou não.

Sim. Aprendi isso depois de muita terapia no espelho. Muito papo comigo mesmo. Depois de muitas conversas com meu pai e com a vida. Aprendi a analisar a sociedade em que vivemos e me proteger dos frutos podres que ela coloca em nossas cabeças.

A imagem? Ilusão. O Espelho? Contradição. As nuânces? Imitação.

segunda-feira, maio 5

Sou do mundo, de mim e de mais ninguém

Vontade louca de cair no mundo e viver para aquilo que fui feito, que é viver. Às vezes paro e olho tudo em volta, e encaro como se tudo fosse um ensaio para o que vem por aí. Eu olho para a minha vida e penso que isso não é a vida propriamente dita.

Estou rodeado de pessoas que pensam pequeno. Porque aqueles que pensam grande expressam, de alguma forma, a imensidão dos seus sentimentos. São todos tão pequenos, ou eu que sou pretensioso demais em achar que sou grande demais? Não sei. Só sei que não vivo o que quero viver. Quero sair, namorar, dançar, beber, rir, estudar o que me deixa feliz, trabalhar, ser o que quero ser. Sem correntes de inveja, egoísmo, maldade ou dependência. Quero ser um pouco dos meus sonhos. E sei que serei. Mas a espera dói e deixa as unhas roídas. Quero ser do mundo e do meu futuro. Quero estar por minha conta e risco. Desejo ser o Luiz que passa frio e toma chá num Pub, em Londres. Quero ser o Luiz romântico que fotografa Paris. Quero estudar em Praga. Fazer amor em Madrid. Rir em Tóquio. E amar em Milão. Quero fazer amizades em Berlim. Comer um Groove Cake¹ em Amsterdã. Ficar na beira do Rodan e rir da vida. Porque a vida é isso.

A vida é viver em vários lugares, com várias pessoas e culturas. Sem muito prendimento e compreensão. Deus criou a vida quando estava de porre, e aqui estou eu escrevendo e você aí, lendo.

Quero sair daqui e vivenciar aquilo para que fui feito.

¹ Muffin feito a base de Hashishi comum nos bares de Amsterdã, onde o consumo de drogas é liberado

sexta-feira, maio 2

O Tempero da Vida

Vejo a vida como se fosse uma grande mistura explosiva de sabores, ingredientes, cores, raças, sexos e costumes. Mas já percebeu que nesse caldeirão ambulante, em constante ebulição, há uma coisa que liga tudo à todos?

A música.

Ela é universal. O homem, desde que se entende por homem, cria barulhos. Dos grunhidos, às falas. Das falas, aos cantos. Dos cantos, à arte. Somos todos produtores de uma arte própria que se expressa através do que fazemos diariamente, como o nosso sorriso, as nossas expressões, a nossa voz. Tudo é uma arte adaptada ao presente diário.

Mas a música é a liga que, como o próprio nome diz, liga tudo. Acho que é por isso que os iPods fizeram tanto sucesso. Podemos levar mais de 30.000 músicas conosco e ouvir em qualquer lugar, a qualquer hora. Já parou pra pensar na cor que essas canções trazem ao nosso cotidiano? Meu Deus! Não sei o que seríamos sem essa forma de expressão que se traduz em melodia, timbres e letras.

As músicas nos lembram algo ou alguém em especial. Nos fazem relembrar coisas há muito esquecidas. Fazem com que lembremos dos anseios do passado, e dão um estímulo para os do futuro. Sim, palmas para Deus. Valeu, Deus! Acertou em cheio quando inventou os sons; e valeu, Humanidade. Afinal, fomos nós que agrupamos e fazemos com que todos esses sons sejam gostosos de ouvir.

Valeu Artistas e Letristas. Obrigado Marisa, Chico, Gil. Valeu Elis, Madonna, Gal, Britney, 10.000 Maniacs e Alanis. Obrigado a todos que eu ouço diariamente, semanalmente ou que tenha ouvido uma vez na vida. Obrigado por me propiciarem um tempero ideal para tudo. Vocês fazem a vida de todos nós mais feliz.

Celebre você também essa dádiva que é a música. Curta dançando adoiadado. Ou ouça naquela tarde fria. Tudo é propício para a boa música.

Obrigado a você, que leu esse post. Comente!

Do título

A vida tem um jeito engraçado de oferecer soluções aos nossos problemas.

Sempre quis ter um blog. Não só por achar interessante o fato de interagir e expor as suas idéias e emoções com o desconhecido, mas também pelo ato de escrever que, para mim, funciona como uma verdadeira terapia.

Sei que criar, ter e manter um blog não é fácil. Me deparei com isso ao tentar criar o título desse post. Você imagina o quanto é duro bolar um título que instigue o leitor? Imagina o quanto é complicado articular as suas palavras, e deixa-las de uma maneira gostosa de se ler?

Ok. Legal. Vamos para a minha primeira confissão: roubei o título do meu primeiro post do primeiro capítulo de "Dom Casmurro". Sim, pode me chamar de ladrão, plagista, sem-criatividade. Mas encaixava tão bem que não pude evitar; tive que plagiar. Me desculpe, Machado, te devo uma.

Tive que pegar o título do capítulo de "Dom" porque ele serviu como uma luva para a minha idéia: explicar o nome desse blog.

Infinito Particular. É isso o que nós somos. Somos um aglomerado de Infinitos Particulares repletos de sensores que, ao perceberem tudo, criam pensamentos e observações numa velocidade incalculável. Esse blog celebra isso, e abre, pra você leitor-anônimo, o meu Infinito Particular.

Ahh! Segunda confissão: roubei o título do meu blog da minha musa-tupiniquim-inspiradora, Marisa Monte. Ela me inspira. Poxa, ela é demais. Não tem como eu não plagiar! Suas canções deixam com vontade de saber, descobrir e se apaixonar pela vida. Ela é meu ego complementar¹.

Mas prometo que serei mais criativo daqui pra frente. Me dê uma colher de chá, afinal, primeiro blog, primeiro post. Enfim... Mas o objetivo dessa página, perdida no infinito internético, é fazer com que você analise os conflitos e mecanismos do seu infinito particular, satisfazendo a curiosidade e observando o meu infinito particular.

Obrigado Marisa, você me inspira. Os meus cafés-da-manhã não seriam nada sem a sua voz. E me desculpe, Machado. Tive que usar a sua brilhante idéia de explicar o título do seu livro através do primeiro capítulo que, aqui, adaptei para título do meu blog através da primeira postagem.

E obrigado a você que chegou até aqui, não desistiu da leitura e apostou na qualidade da minha escrita. Esse blog também é para você. Afinal, mande seu comentário. Vocês fazem parte do termômetro daqui.

¹: Termo da Psicologia, utilizado para designar pessoa que ajuda (Marisa) a outra (Luiz) a ser ela mesma.